sábado, 12 de março de 2011

O Profundo Olhar Azul

Despedida...
Partida?
Aquele profundo olhar azul
Já não me falava mais de música
Ou matemática...
Me agradecia a visita,
Como se dissesse que era bom eu estar ali,
Que me reconhecia...
Ao mesmo tempo era desespero:
Me socorre, me tira daqui!
Me deixe ir, de vez.
Aquele profundo olhar azul
Sempre será inesquecível.
A sua presença quase ausente,
A sua fragilidade e tristeza,
Toda a sua humanidade.
O profundo olhar azul me disse adeus,
Uma lágrima escorreu
E o nosso silêncio se sabia o último diálogo.
Só entre nossos olhares,
O mais profundo olhar azul foi último.


SP, fevereiro de 2011: para o avô de meu marido, Walter, que partiu e com quem troquei este profundo e silencioso olhar azul no final de 2010 (Natal), em nosso último encontro, quando ele já estava muito, muito doente.

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