segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Que década!

Me dei conta tardiamente de que estamos virando não somente um ano, mas uma década. Foi-se a primeira década dos anos 2000. E aí percebi o quanto a minha vida mudou, deu voltas e reviravoltas em um espaço tão curto de tempo.

Do ano 2000 pra cá, eu fiquei independente, fui morar sozinha em outra cidade (a conta das mudanças de cidade é escandalosa: seis cidades em dez anos!), morei junto (casei), separei, dividi apartamento com amiga, morei sozinha de novo, morei junto com outro (casei de novo, então, né?), casei no civil com este cara, casei de novo no religioso – ainda com esse mesmo marido –, tivemos uma filha, trabalhei em grandes empresas, trabalhei por conta própria, montei a minha empresa, trabalhei em ONG, parei de trabalhar, fui dona de casa, voltei a trabalhar, estudei. Atualmente sou mãe, esposa, mulher, dona de casa, profissional liberal, empresária; tudo ao mesmo tempo. E sou filha, irmã, prima, sobrinha, neta (emprestada, mas sou), amiga... Ainda consigo dar atenção à família e aos amigos porque adoro pessoas, gente; eis o que me interessa na vida: compartilhar, estar junto, rodear e ser rodeada. Adoro gente! E acumulei verdadeiros amigos nesta última década.

Mas me impressionou notar que quase tudo o que aconteceu na minha vida adulta, as conquistas e derrotas mais importantes, as grandes mudanças, os grandes passos – os pequenos também -, as mudanças definitivas, as dores, os amores, os partos... tudo aconteceu de 2000 para cá.

Quando eu penso em tudo o que eu já fiz ou desfiz, parece que se passaram 30 anos!
E só agora, na virada desse ano é que me dei conta de que esse mundaréu de coisas aconteceu só numa década. Vivi dez anos a mil, como diria o Lobão. Não sei se isso é bom ou ruim e nem pretendo avaliar isso. Foi assim. E pronto! Mas é curioso.

Talvez tivesse sido bom ter tido tempo para digerir tantas mudanças. Mas talvez o amadurecimento seja assim mesmo: as coisas vão se atropelando e quando a gente menos espanta, está cascuda.

Gosto do que vivi, não trago arrependimentos ou rancores no coração, como diz a super em moda presidente do Brasil. Pelo contrário, trago orgulhos e sonhos, desejos, esperanças. Quem sabe até algum ideal.

E quando olho pra frente não crio muitas expectativas, descobri que não as tenho. Fui parceira do acaso todo esse tempo e para o futuro não saberia agir diferente. Não quero dizer com isso que eu deixo as coisas acontecerem na minha vida. Tive as rédeas dela em minhas mãos a maior parte do tempo na década passada, mas, analisando tudo, vejo que o acaso foi um parceiro freqüente. Nada acontece por acaso, dirão alguns. Foi Deus? Fui eu, inconscientemente, quem trilhou cada caminho e mudança na minha própria vida?

Acho que as três coisas juntas.

Tenho planos para o meu futuro mas descobri, ou percebi só agora, que não sou uma mulher de expectativas. Aprendi que a gente faz com a vida e a vida faz com a gente um monte de coisas. Então deixo fluir. Perseguindo meus objetivos, mas os deixo mudar, aceito as surpresas de Deus, do destino, do acaso, ou que tenham sido geradas pelo meu próprio subconsciente. Não importa.

Tomara apenas que ao fim da próxima década eu possa olhar pra trás e me orgulhar, curtir e rir da minha própria história, como eu faço agora. No fundo, no fundo, é só isso que eu espero. E que venham mais décadas pela frente!